quarta-feira, 27 de maio de 2009

Do contra...

Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que boa parte da população de São Paulo (capital) é de origem nordestina, ou se não vieram diretamente de lá, já são as gerações seguintes de tantas famílias emigrantes. E é justamente o Nordeste, de onde tantos saem, o lugar para o qual eu mais tenho vontade de ir nesse meu Brasil brasileiro. É lógico, do jeito que eu sou, tinha que querer fazer o caminho inverso... E tem mais: creio que o Nordeste seja um caldeirão fervilhante de cultura, que vem "espirrando" seus talentos por vários anos, mas ainda há muito mais "borbulhando", só esperando para aparecer...
Você deve estar me achando contraditória, já que há alguns posts atrás eu declarei todo o meu amor e admiração pela diversidade de Sampa, e continuo dizendo, Sampa tem uma diversidade incrível, inigualável! Mas agora eu percebo que ela deve-se, simplesmente, ao fato de que todos vão para lá! Por isso há essa mistura toda, e por isso também não acho que Sampa seja rica culturalmente, ela só agrega a riqueza do país, entende?
Pense comigo um pouco: Novos Baianos, os Tropicalistas, Cordel do Fogo Encantado, Nação Zumbi, Lenine, Vitor Araújo, de onde esse povo veio, de onde tiraram suas ideias de inovação musical, de onde são suas influências? De Sampa é que não foi...
Tá, também não vou desmerescer minha terra, dela surgiu bastante coisa boa, afinal, ela é a base do RUMO... ou seria o rumo para o caos? Enfim...
Agora imagina que lindo, visitar a terra do maracatu, do maguebeat, do olodum, conhecer a origem da criatividade do Gil, do Caetano, do Lenine, do Vitor Araújo, dos batuques do Cordel... Andar pelas ruas do Recife respirando cultura, exalando ideias, ou simplesmente conhecendo gente diferente e criativa... Nossa, esse é meu sonho de consumo, eu morreria feliz depois disso!
Não é sempre que eles acertam, claro, de vez em quando me mandam uns "É o tchan e uns "Calypsos" da vida, mas faz parte... isso só mostra o quão grande é a variedade deles! Enfim, é só você dar uma pesquisada, e vai ver quanta coisa boa já veio de lá das terras acima, e quanta coisa boa ainda virá...
Aliás, aposto que não só o Nordeste, como também o Norte e o Centro-Oeste devem ter muito a oferecer culturalmente, mas aí eu já não conheço... Talvez porque eles não venham tanto assim para Sampa! ;-)
Mas caaalma, um sonho de cada vez, primeiro é pro Nordeste que eu vou! Recife, me aguarde!!


Agora só chuta onde nasceu Romero Britto... ;-)

2 comentários:

  1. Gabi, quando vc tinha uns 5 ou 6 anos, te chamaram de "baiana" pejorativamente, por causa de alguma roupa que estava usando... Você respondeu: - Obrigado! Deve ser muito legal ser baiano, poi o Gil e Caetano são!

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  2. Hum, não sei se pelas ruas de refice você vai encontrar muita cultura e pessoas criativas, a não ser que a criatividade delas seja para enfiar em você todo tipo de produto pois lá você é turista, não importa da onde você vem, pra ficar te perseguindo com as criativas canções de repentistas mas que soam quase como um estupro pois você não quer pagar pra ouvir mas eles já chegam tocando e você é obrigado, e no fim acaba até gostando (sei lá, nunca fui estuprado, thanks god)!

    Mas devo concordar no tocante a origem de alguns artistas e algumas formas de arte maravilhosas. Afinal tanto Glauber Rocha, quanto Chico Science com seu manguebeat surgiram de lá. Mas fica tranquila, que ainda assim o melhor de lá está aqui em sampa ou já se projetou para o Brasil de modo que você já conheça, os melhores artistas veem pra cá em busca de reconhecimento que lá não possuem (até mesmo devido a precariedade da região de contribuir financeiramente para este reconhecimento) e os melhores braços para construir os imponentes prédios das cidades caóticas (não estou sendo preconceituoso, é fato). Aliás, li uma tirinha muito interessante estes tempos atrás, um paulistano enxotando um nordestino da cidade: "cai fora da minha city!" e abraça um monte de prédios tipo impedindo o nordestino de chegar perto. Ao que o nordestino, com aquele chapeuzinho típico, óculos estilo "brega falcão", e roupa estereotipada responde: "Pois tá certo. Só vou levar o que é de meu então...". Aí no próximo quadrinho, a fala do nordestino continua mas ele já foi embora do quadro: "...a sustança" e enquanto isso o paulistano com cara de desesperado segura em seus braços o monte de prédios, agora todo broxado, mole.

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