sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Vício

Já ouviu falar de um produto que vicia, que você não consegue passar muito tempo sem, você se sente mal se não usá-lo e parece que falta alguma coisa quando você não o usa? Esse produto é largamente disseminado, a maioria das pessoas já experimentou e usa todos os dias, e quem não usa quer usar... sabe do que eu estou falando? Já pensou em várias coisas, né? Pensou errado! To falando é da Internet.

Experiência própria, esse treco vicia, e muito! Eu, por exemplo, criei um blog... pra quê? Não sei. Aliás, até sei, foi porque o Google, ó dominador do mundo, me sugeriu... aí eu pensei "por que não? Tá bom, senhor Google, você fala, eu obedeço..."

E isso que é o pior da Internet (e da TV, e das revistas, etc): além de viciar, também te aliena! Essas coisas deviam vir com um aviso, tipo "O ministério da saúde adverte: os meios de comunicação podem causar séria dependência, cegueira parcial, sintomas de robotização e, em casos mais extremos, você poderá virar massa de manobra!! Mas, de qualquer forma, você dificilmente perceberá o que está acontecendo, pois já cresceu semi-alienado pela Xuxa e pela Globo, portanto, esqueça esse aviso, abunde-se na poltrona, relaxe e goze! E bom entretenimento pra você!"

Claro que dá pra fazer muita coisa boa na net: se informar sobre tudo, baixar (legalmente, claaaro) músicas, falar com os amigos mais distantes, se divertir com jogos ou em blogs alheios, manter o seu próprio blog... Enfim, ela pode ser muito boa e muito ruim, mas que vicia, ooo se vicia... E o pior: pra esse vício não tem rehab.

Pois é... fazer o quê? We love internet!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Livro da Tribo

Atendendo a pedidos (ahh, vai nessa...), resolvi escrever sempre aqui, nem que seja pra colocar coisas que outras pessoas escreveram...
Afinal, inspiração não vem todo dia não... Eu tava esperando ela chegar, mas parece que ela ta vindo de charrete, então melhor eu esperar sentada, postando inspirações alheias...

Conhece o Livro da Tribo? É uma agenda montada por um povo muito criativo, com vários poemas, mensagens, figuras, "artes" em geral, toda estilizada e bem brasileira mesmo (diferente daquelas agendas com "Segunda-feira" em 3 línguas que eu detesto). Comprei uma pra usar esse ano, e já fiquei muito fã desses caras, do conteúdo da agenda, da forma como ela é feita... E ainda mais interessante que a agenda propriamente dita é a história da "Tribo", que começou com um grupo cheio de idéias e uma produção independente, para hoje terem o produto de uma dessas idéias (a agenda) vendido em tantas e tantas livrarias no país... legal demais!

Afinal... se preciso mesmo de uma agenda, e vou ter que olhar pra um pedaço de papel todo dia, melhor que ele me passe algo de bom, certo?
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Alguns poemas legais que tem na agenda:

monóico
deus é menina
tem cachos eu acho
talvez seja negra
não a vi de frente
percebi pelo cheiro
de flores queimadas
de incenso e fumaça
que veio com o vento

foi tal o deleite
na manhã de sol
que pensei
tão bonita
e assim
perfumada
só deus

(Líria Porto)
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E na minha mente
o trabalho não cessa:
montar seu rosto
peça por peça,
do seu beijo
forjar o gosto
e, com a última lembrança
que me resta,
fazer dessa saudade
uma grande festa.

(Kleber Bordinhão)
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Fátuo

beijo na boca
trem na estação

casaco de couro protege do frio

do amor
não

(Márcia Maia)
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Onde o amor faz uma casa,
o ódio faz um cadeião.

Onde o amor faz uma fogueira,
o ódio faz uma implosão.

Onde o amor faz um livro,
o ódio faz uma televisão.

(João Caldeirão)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Tic Tac...

Engraçado como as coisas são...
Outro dia estava assistindo ao filme "As patricinhas de Bervelly Hills", pela décima-nona vez, quando pensei "nossa! como as roupas nos anos 90 eram ridículas!", e aí que me toquei: eu nasci nos anos 90, passei minha infância neles, me mudei para onde moro naquela década, e já faz mais de uma que moro lá! Pior, eu usei aquelas roupas!!! Os anos 90 pareciam tão próximos a tão pouco tempo, e agora parecem tão distantes... Será que o tempo passando é sempre assim, tão complicado de se perceber?
Há alguns anos, ter um carro 98/99 estava bom... Aliás, estava ótimo, era um semi-novo, com poucos quilômetros rodados, em ótima condição; hoje, esse mesmo carro é uma velharia, com os estofados gastos, o motor dando tudo quanto é pau, e com 10 anos de idade...
Uma década, e está pronto para ser jogado fora. Antigamente os carros duravam 10, 20 anos com o mesmo proprietário, mas hoje troca-se de carro de ano em ano, ás vezes até menos... Não é a toa que hoje ninguém mais dá nome pro carro (pode ser meio bobo, mas acontecia muito); o cara mal memorizou a placa, já quer trocar por um modelo mais novo! Nem todo mundo é assim, É claro, mas quantas pessoas você conhece que usam o mesmo carro há 5 anos? Poucas...
Acho que isso acontece porque hoje em dia tudo, absolutamente tudo é descartável. Carros, eletrodomésticos, celulares, roupas, acessórios... Vivemos na era do plástico, do consumismo, de pessoas que mal têm onde morar, mas têm TV, celular e MP3 player. Imagina se sentimentos pudessem ser vendidos? "Amor imenso, tamanho família, último modelo, em 500 suaves prestações, compre logo antes que acabe, só nessa sexta feira!!"...
É... O tempo passa, e pode até parecer que não, mas os filmes, os carros, enfim, os produtos do mundo moderno estão sempre aí para nos lembrar que sim, o tempo passa, passa, e continua passando...